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Avanços e Desafios das Deep Techs na América Latina 

3 de maio de 2024

Conferência preparatória livre da 5ª CNCTI discute sobre o papel das Deep Techs no avanço científico e econômico da América Latina. 
De 4 a 6 de junho, Brasília sediará a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Este evento é destinado à formulação da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) para 2024-2030 e análise dos resultados alcançados do ENCTI 2016-2023. Sob o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido", a conferência vai reunir diversos atores da sociedade, incluindo acadêmicos, empresários, representantes da sociedade civil, ONGs e o governo, para discutir o futuro da ciência e tecnologia no país.
Em preparação para este evento, várias Conferências Preparatórias Livres foram realizadas desde novembro do ano passado. Entre elas a conferência de 18 de abril, intitulada “Perspectivas do Ecossistema de Deep Techs: Desafios e oportunidades para levar pesquisa da bancada até o mercado”, que contou com a participação de Carlos Lopes, diretor executivo da Fundepar, Dra. Camilla Amaral, cientista empreendedora da startup Doroth, Sandra Melo, gerente de inovação do Grupo Boticário, e mediada por Daniel Pimentel da Emerge. 
Durante esta conferência, que foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da Emerge, os participantes discutiram os principais desafios e oportunidades para as Deep Techs no Brasil, um país que, apesar de seu perfil empreendedor e forte produção científica, ainda enfrenta desafios como a falta de apoio econômico ao desenvolvimento científico e tecnológico. 
Sobre isso, Carlos Lopes destacou a importância do engajamento e apoio institucional: “Desenvolver a economia nacional, gerar o empreendedorismo para os pesquisadores como opção de carreira, fomentar a transferência de propriedade intelectual assim como produzir empregos de qualidade, são algumas das razões que motivaram a criação da Fundepar e ainda norteiam nossas ações”. 
Expansão global das deep techs 
O setor de deep techs, que abrange tecnologias avançadas como inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), robótica, biotecnologia, computação quântica e outros avanços tecnológicos, tem demonstrado um crescimento significativo em presença de mercado. Uma consequência dessa expansão é o aumento das saídas bem-sucedidas das startups Deep Tech. No jargão de investimentos, uma "saída bem-sucedida" ocorre quando uma startup é vendida ou abre capital, possibilitando aos investidores a obtenção de retorno financeiro. 
Desde 2015, o mercado global de startups de deep tech não apenas dobrou o número de saídas bem-sucedidas, mas também alcançou valores recordes de investimento. Previsões de um relatório do Boston Consulting Group sugerem que os investimentos em deep techs poderiam atingir até US$200 bilhões até 2025. De forma similar, no Brasil, houve um aumento nos investimentos em deep techs, com o setor atraindo aproximadamente US$3,5 bilhões em 2020, impulsionado por iniciativas voltadas para abordar desigualdades e questões ambientais, conforme destacado em um artigo da MIT Technology Review
Dados da Crunchbase, uma plataforma global que fornece informações sobre empresas privadas e públicas, mostram uma evolução notável entre as duas metades da década anterior. Entre 2013 e 2017, observou-se um aumento nas saídas de empresas de Deep Tech. No entanto, o período de 2018 a 2022 registrou um crescimento exponencial, com um aumento de 550% no número de saídas de unicórnios em tecnologia avançada. Além disso, em 2023, 25% das 16 saídas de startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão pertencia ao setor de tecnologia avançada. * 
Principais saídas de Deep Tech 
No terceiro trimestre de 2023, as saídas de fundos de investimentos de Private Equity (PE) e Venture Capital (VC) alcançaram o nível mais alto em 22 meses. Quando olhamos para as áreas com o maior número de saídas de Deep Tech na última década, as empresas de Health Tech, que desenvolvem soluções tecnológicas para a área da saúde, lideram o ranking. A computação, que inclui áreas como computação quântica e semicondutores de próxima geração, é a segunda categoria com mais saídas. Outras categorias que se destacam são as empresas de dados e IA aplicada. 
As discussões recentes na conferência organizada pela Emerge destacam um momento crítico de inovação, onde as Deep Techs estão acelerando a transformação de setores econômicos e sociais. Essas tecnologias avançadas são essenciais para quebrar barreiras convencionais e impulsionar o progresso científico e comercial. Conforme o Brasil e a América Latina avançam, o diálogo entre cientistas, empreendedores e investidores é fundamental para garantir que as soluções desenvolvidas atendam às demandas do mercado, mas também contribuam significativamente para resolver problemas sociais urgentes. 
Para um entendimento mais aprofundado das discussões e visões compartilhadas, acompanhe a discussão completa da conferência livre preparatória para a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I): https://www.youtube.com/watch?v=wl75tXjDYjw 

* É importante ressaltar que esses dados são aproximados e podem variar conforme a fonte e a definição específica de “Deep Tech”. Para informações mais precisas e atualizadas, recomenda-se consultar diretamente a plataforma da Crunchbase.   

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